Serra da Arada - De Regoufe a Drave

16/06/2011

A pé pela Serra de São Macário

O Fujaco era uma daquelas aldeias que já há muitos anos desejava visitar.
Apesar das inúmeras actividades por locais não muito distantes, o facto é que nunca por lá tinha passado.
Tendo surgido a hipótese de hoje se fazer qualquer coisa, por uma qualquer serra e, depois de muito pensar onde e o quê, o nome Fujaco veio-me à ideia. Pareceu-me que poderia encontrar por lá os ingredientes necessários para fazer uma caminhada com bom desnível, apelando à capacidade física, com aldeias de xisto interessantes, entre as quais, uma delas abandonada.
Por outro lado o desconhecimento da existência de caminhos marcados ainda me motivava mais, porque é muito mais aliciante pegar no mapa e partir à aventura.
Assim, e logo bem cedinho, eu o Amaral e o Bruno partimos em direcção à dita aldeia.
Chegámos lá bem cedo e o primeiro impacto foi agradável. A aldeia, ainda com muitas casas em xisto, preenche os socalcos da serra, encaixada numa reentrância servida por diversas linhas de água. O local é bonito mas duro de se viver, se reportarmos a tempos idos onde as ligações à aldeia seriam porventura bem difíceis.
O primeiro objectivo após o Fujaco era visitar a aldeia abandonada de Maçagoso. Partimos a pé, subindo ligeiramente pela estrada e após passarmos no lugar do Bodial seguimos por um estradão a caminho da tal aldeia. A mesma fica encaixada num pequeno vale apertado, debaixo de grande vegetação e junto a uma ribeira. Mal se vêm as casas devido à vegetação. Saímos do estradão e seguimos ao longo de uma levada de água que nos leva mesmo ao interior da aldeia.
Esta encontra-se abandonada, aparentemente à muito tempo, com sinais evidentes de ruína em muitas das casas. Não é muito grande mas não perde a beleza deste tipo de aldeias que vão desaparecendo um pouco por todo o país.
Visitada a aldeia decidimos seguir para a aldeia de Leirados. Como não queríamos voltar pelo mesmo caminho decidimos subir pela serra contornando por cima as linhas de água e descer depois para a aldeia. É mais fácil decidir do que fazer e lá fomos serra acima, entre tojo rasteiro, em busca do melhor caminho. No topo da serra observámos as diversas possibilidades que tínhamos e devido a uma linha de água profunda continuámos a subida lenta para atingir a estrada lá para os lados de Macieira e já no sopé do São Macário. Nos últimos 50 metros que antecederam a estrada penámos num tojo à altura da cintura que nos massajou as pernas e os arredores e que nos levou uma eternidade a ultrapassar. Valeu então a atenção do Amaral ao evitarmos um vespeiro, já a poucos centímetros dele.
Quando chegámos à estrada as pernas ardiam e as calças e meias carregavam picos e ervas em abundância.
Depois foi só descer, por intermináveis caminhos, até os tornozelos e os pés doerem e a alma pedir uma subidinha, por pequena que fosse.
A aldeia de Leirados é desinteressante de todo, não oferecendo motivo especial para lá ir. Regressámos ao Fujaco, ora por estradão, ora por estrada, e demos por terminada mais esta aventura.

1 comentários:

Gostei de ver e saber que vocês não param..O Calé pelos vistos já não está de quarentena, não me refiro à idade, claro...O Amaral sempre na berlinda como era de seperar e o Bruno sempre pronto para a aventura....
Obrigado por continuarem a mostrar-nos os lugares maravilhosos que já tão poucos conhecem e tendem a desaparecer..
Um grande abraço...

Pina Jorge