Dois magníficos dias passados na Serra da Estrela.
No Sábado partimos (Pina Jorge, Calé, Cardoso, Amaral, Francisco, Marcelino, Bruno, Chris, Zeca, Jorge e esposa), de Loriga, subindo a sua garganta até à Torre. À chegada a Loriga, bem cedo pela manhã, via-se fumo na serra, o que nos deixou apreensivos. Mais ficámos quando verificámos que o fumo era de um incêndio que ocorria na própria garganta de Loriga.
Iniciámos a subida pelo estradão de terra batida e pouco depois um jipe dos bombeiros passava por nós, o que nos indicava a possibilidade de não podermos realizar a actividade.
No final do estradão, já com uma vista melhor para a serra, verificámos que alguns focos de incêndio, sem demasiada expressão, ocorriam mesmo junto ao percurso que teríamos que percorrer.
Observámos os bombeiros a apagar um dos focos e seguimos o percurso. Pelo caminho fomos passando por alguns pequenos focos de incêndio em zonas com giestas ou tojo.
Passada a zona queimada, ou em chamas, entrámos na garganta propriamente dita sem qualquer problema.
O local é de grande beleza e o percurso, sempre no sentido ascendente, é bastante exigente em termos físicos.
Passámos a barragem, subindo a infindável escadaria e, um pouco mais acima desviámos na direcção da lagoa Serrana e da lagoa do Covão das Quelhas.
Nesta fase íamos observando os dois helicópteros que estavam a combater o incêndio pelo qual havíamos passado.
Estranho é que após o aparecimento dos helicópteros o fumo aumentou, assim como a dimensão do incêndio. Verificámos no dia seguinte que o fogo progrediu, subindo a encosta, queimando-a toda.
Chegados à Torre era tempo de descanso, o que aproveitámos para fazer no resto da tarde. À noite os elementos que ficaram para a segunda etapa jantaram todos juntos, em grande convívio, e depois aproveitaram, como puderam, a curta noite para descansar.
Domingo, a alvorada chegou pelas 5h30 e lá partimos para a Torre. Desta vez o grupo era mais reduzido mantendo-se em acção o Pina Jorge, Calé, Cardoso, Amaral, Francisco, Marcelino, Bruno e Chris, contando agora também com o DJ. Depois de colocados alguns carros em Loriga e tendo regressado os condutores iniciámos o percurso. Saímos na direcção da Penha dos Abutres atravessando o longo planalto.
Num ritmo bastante elevado fomos fazendo o aquecimento necessário para uma jornada que desconhecíamos. Sabíamos que da Penha dos Abutres até Loriga iríamos iniciar uma longa e íngreme descida, numa fase inicial com cerca de 300 metros de desnível.
Apesar do receio a primeira fase ultrapassou-se com alguma facilidade e os primeiros patamares da descida foram sucessivamente percorridos sem problemas de maior. Quanto mais descíamos mais mato encontrávamos e mais dificuldades se nos iam deparando.
Após chegarmos a umas casas em ruínas e quando julgávamos que, finalmente, o percurso se iria tornar fácil, o mato cerrou, obrigando-nos a procurar o melhor caminho.
Algumas quedas, arranhadelas, esfoladelas e muito suor depois, chegámos finalmente ao caminho que nos levaria à estrada. Daí até aos carros foi relativamente rápido, embora as dores nos pés e nos tornozelos não nos tenham simplificado a vida.
No final, olhando para trás, parecia quase impossível a descida que tínhamos efectuado.
Mais um excelente fim-de-semana em boa companhia, excelente paisagem e muita dureza.