Serra da Arada - De Regoufe a Drave

27/07/2011

Pedalando na Ciclovia do Dão


Já andava para ir apurar do estado da Linha do Dão há algum tempo. Umas vezes não podiam uns, outras vezes não podiam outros. Desta vez decidi-me a ir sozinho.
Contei com o apoio da minha mulher e filha que me deixaram em Santa Comba Dão, me esperaram em Tondela para comer e reabastecer e depois me recuperaram em Viseu, após percorrer os cerca de 50Km da antiga via.
Após ter feito em autonomia, em conjunto com mais 4 amigos, toda esta linha e ainda a do Vouga, onde a aventura da descoberta esteve sempre presente, uma vez que nunca por lá tínhamos pedalado, havia agora alguma expectativa em apurar como estaria a via, uma vez que toda ela tinha sido transformada em ciclovia.
O início da ciclovia é junto à estação de Santa Comba Dão e percorri-a calmamente, aproveitando para fotografar todos os pormenores que fui encontrando, até chegar a Tondela.
A presença quase constante do Rio Dão torna bastante agradável esta primeira parte do percurso.
Pude finalmente fazer o troço entre a estação de Santa Comba Dão (Vimioso) e a Ponte de Treixedo e atravessá-la pela primeira vez. Em 2009 tal não era possível devido ao estado de degradação do piso inferior da ponte.
Depois também notei, pela positiva, a falta do balastro que durante uns Km's cobria o solo e que tornava o ciclar sobre ele, uma aventura dolorosa.
As estações foram surgindo sem qualquer sinal de recuperação (Treixedo e Tonda) e algumas Passagens de Nível e casas de apoio à linha completamente em ruínas.
A passagem sobre a ponte de Nagoselas não necessitou do equilibrismo da última aventura nem foi necessário evitar a Ponte de Tinha, em Tondela. Ambas estão recuperadas permitindo a passagem em total segurança.
Em Tondela a família tinha o farnel pronto e aconcheguei o estômago e refresquei a garganta. O dia esteve demasiado quente para esta aventura e tornou-a mais difícil que o esperado.
A estação de Tondela continua recuperada e é a Casa do Povo local (acho que na altura já o era).
Após o apeadeiro/passagem de nível da Naia mais um pontão recuperado, à data também intransponível.
A passagem na estação da Sabugosa contrasta com a passagem na estação de Parada de Gonta. A primeira está recuperada, embora me pareça não estar a ser utilizada, e a segunda em ruínas, embora visse por lá material de construção que indicia a sua recuperação.
O então escuro e comprido túnel da Parada encontra-se agora iluminado e a estação de Farminhão continua abandonada e a degradar-se.
Após a passagem sobre a Autoestrada, onde em 2009 o mato abundava, onde ainda havia carris e a passagem se encontrava bloqueada por grandes blocos de pedra, agora é completamente ciclável.

A chegada a Torredeita continua quase igual. A estação está recuperada, à data também, e o comboio continua na mesma. Já era tempo de recuperar aquele último vagão.
Agora já foi possível passar sobre a imponente ponte de Mosteirinho, pois à data encontrava-se encerrada.
Para fotografar melhor a ponte, após passar sobre ela, desci à estrada e aproveitei para refrescar a goela com duas "mines" frequinhas num cafézito. Que bem souberam! Já não posso dizer o mesmo da subida de regresso à ciclovia.
A passagem no túnel de Figueiró foi um estreia, uma vez que esta parte da via estava impedida por obras e mato e tivemos na altura que contornar os obstáculos por estrada.
A estação de Figueiró estava em obras em 2009, e era o início/fim da ciclovia do Dão. Agora a estação está totalmente recuperada e transformou-se na Junta de Freguesia local.
Daí em diante apenas alguns apeadeiros e passagens de nível e um pontão já na entrada de Viseu.
Já se nota algum vandalismo nesta parte mais antiga da ciclovia, principalmente nas placas indicativas dos Km's.
Quanto aos apoios existentes nas estações, não me apercebi de nenhum. As estações ou estão abandonadas, ou encerradas, ou servem outros objectivos (juntas, clubes, etc). Nem casas de banho, nem informações, nem bares ou outros tipos de apoio.
A chegada a Viseu é descaracterizada, existindo apenas um único vestígio de que em tempos existiu por lá uma estação e o comboio, oriundo de duas linhas distintas, por lá passava.

3 comentários:

Continuo a não ser um adepto das ciclovias. Retiram o sabor da descoberta e da aventura. Aquele betuminoso (aqui de três cores, azul, verde e vermelho consoante o Concelho que atravessa) é no meu entender um desperdício de verbas.
Bastava limpar o leito e compactar o solo.
De positivo, a recuperação das pontes, evitando assim riscos desnecessários, e de algum património ferroviário.
Com tanto investimento não se percebe depois a falta de informação e de apoios diversos ao longo da ciclovia.

Olá Calé, Olá Natália

Como estão?
Passo por aqui frequentemente mas não costumo escrever comentários.
Vou tentar redimir-me.

Depois da vossa “Verdadeira Inauguração da Ciclovia do Dão” em Abril de 2009, esta foi de novo inaugurada no mês passado com pompa e circunstância.
Tenho passado por lá algumas vezes ao longo deste tempo e assisti ao desenrolar de algumas obras, principalmente nas pontes.

Concordo com o Calé, talvez seja alcatrão (e cores) a mais…

Na semana passada pedalei na linha do Vouga (que vocês também inauguraram) entre Real das Donas e Oliveira de Frades. E amanhã vou para o Dão com a Ivone.

Vou estar atento ao Google Groups.

Aquele Abraço,

Daniel

Olá Daniel.

Realmente é alcatrão a mais. Vale pela recuperação de algum património.

A ver se nos juntamos um dia destes, numa qualquer actividade que infelizmente este ano não têm abundado.

Deve ser da crise!

:)