Aproveitando
o feriado do 25 de Abril eu o DJ e o
Luís Sousa partimos no sábado de manhã rumo a Vigo (de Zamora), um pouco a
Norte de Pueblo de Sanabria.
Chegados à localidade, almoçámos e partimos para fazer a primeira
caminhada denominada de "Cascadas de Sotillo".
Baseados na
experiência do DJ, que já conhecia a zona e os percursos, para além de estar apetrechado com os mapas, não foi difícil encontrar o início, em Sotillo de Sanabria.
O percurso tem cerca de
8 km com um desnível não muito elevado até um máximo de 1375m de altitude. O caminho é empedrado até às cascatas que dão origem ao nome do percurso. A cascata,
segundo o DJ, encontrava-se com pouca água o que, no entanto, não retirou a beleza ao local.
Acabado o
percurso era hora de passar no supermercado para adquirir alguns mantimentos necessários, o que fizemos da povoação de El Puente. Por lá aproveitámos para beber uma caña (cerveja).
O jantar foi
no Bar La Terraza em San Martin, onde nos deliciámos com um chuletón de ternera
depois duma entrada de habones de sanabria, realmente espectaculares.
Decidimos
no domingo fazer a caminhada mais dura, "De Peces a
Peña Trevinca".
Bem cedo,
que as indicações eram de 10 horas de caminhada, partimos para a lagoa dos
Peixes, onde deixámos o carro. Iniciámos o percurso, com 25 kms de extensão (ida e volta) e com grau de
dificuldade muito elevado. Viríamos a perceber o porquê mais tarde.
Quando
começámos a descer, uns quilómetros depois, apareceu, do nosso lado esquerdo,
um lago muito bonito que recebe e contém as águas do Rio Tera, o qual se
estende por um vale glaciar lindíssimo, a fazer lembrar algumas cenas do filme
"O Senhor dos Anéis".
A paisagem é
realmente de estarrecer!
A descida
até ao vale ainda demorou algum tempo, o qual aproveitamos para ir apreciando
a beleza do lago e do próprio vale. Lá encontrámos uma nascente, com indicação de
água não tratada, que nos viria a ser muito útil na vinda.
Passámos por
um refúgio de montanha e seguimos pela parte mais baixa do vale, onde
atravessámos uma ponte de pedra e vários pequenos regatos que formam o Rio Tera.
No fim do
vale já se viam as montanhas, ainda com neve, e o pico mais elevado, Peña Trevinca com 2127 m de altitude.
A grande
dificuldade começou quando faltavam apenas 1800 m para o cume, onde passamos de
uma cota de 1650 m para os tais 2127m. A subida é
muito acentuada, o frio começa a apertar e o ar a rarear, o que torna penosa
esta parte do percurso.
Já sem a presença do guia DJ, optámos por subir pelo lado
esquerdo até ao cume, numa zona onde ficamos mesmo ao lado da enorme escarpa e
onde tivemos, por vezes, que escalar as pedras para vencer os desníveis.
Tendo o DJ
ficado um pouco para trás, eu e o Luís chegámos vitoriosos ao cume, onde as
fotos da conquista foram tiradas.
Apreciada a
paisagem a 360º, era altura de esperar ou procurar o DJ, cujo último contacto
visual tinha sido junto a um pedaço de gelo a meio da encosta, onde dois casais
jovens se lhe tinham juntado. Como estava
atrasado, resolvemos almoçar um pouco abaixo do cume, numa zona mais abrigada.
Descemos
mais um pouco, cada vez mais preocupados e a pensar o que fazer. Tínhamos ainda várias horas de caminhada para regressar e sendo então 15 horas a
situação poderia ficar complicada.
Finalmente
vi um vulto a cerca de 200/300 metros, numa encosta acima de nós, que me pereceu
o nosso companheiro. Mais uns largos minutos de espera e lá apareceu o desejado DJ a quem abraçámos.
Tinha ido até ao cimo, chegando primeiro que os dois casais que o tinham
ultrapassado e a quem deu indicações de como lá chegar. Na volta, decidiu vir por
um sítio mais complicado, entre duas placas de neve, o que o fez demorar mais
tempo.
Juntos de
novo e agora inseparáveis, regressámos pelo vale, onde começámos a pagar o desgaste físico sofrido na íngreme
subida a Peña Trevinca. A velocidade de progressão era cada vez menor.
Chegámos
ao fim da caminhada, embora o DJ e o Luís tivessem que reabastecer na nascente de água não
tratada depois do abrigo de montanha.
Chegados a
casa, um bom banho e o tratamento de algumas mazelas, fizeram esquecer a dureza do percurso. Fomos jantar a outro restaurante
de San Martin, onde assistimos ao Real Madrid - Barcelona que passava na TV.
Para o dia
de 2ª feira, o DJ optou por se reservar de fazer qualquer actividade mas eu e
o Luís fomos fazer a última caminhada, de dificuldade média/alta, denominada
"Los Cañones del Cárdena y Segundera" com cerca de 12,5 Km, com partida
e chegada em Ribadelago, na ponta Oeste do Lago de Sanabria.

Partindo
duma cota de cerca de 1000 metros fomos subindo a montanha pelo lado esquerdo
do Rio Cárdena até ao embalse do mesmo nome, seguido da passagem pela Lagoa
Roya e pelo embalse Guarandones. Chegámos a atingir uma cota de 1637 m com
vistas muitos bonitas sobre os lagos e arredores.

No fim o DJ,
que tinha ficado a recuperar em casa, veio-nos buscar e levou-nos de volta para
um merecido descanso antes do jantar.
Para a
refeição da noite, demos uma volta por El Puente mas resolvemos ir até Puebla
de Sanabria onde optámos pela Posada de Sanabria, um restaurante junto ao Castelo,
onde não nos arrependemos do belo solomillo de corzo com boletus, uns cogumelos
típicos da zona.
No último
dia fizemos novamente uma visita a Puebla de Sanabria, agora com mais detalhe,
incluindo uma visita ao castelo/museu e aproveitámos para comprar uns produtos
típicos da terra, habones e boletus.
Ficámos com
grande curiosidade de fazer outros percursos na zona, nomeadamente o canhão do
Tera, actividade a programar para outro fim de semana comprido.
Francisco Soares
1 comentários:
E eu com inveja. Parabéns. Vou na próxima. Espero...
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