Serra da Arada - De Regoufe a Drave

15/05/2011

Drave nocturno e descida do Rio Paivô

Chegámos a Regoufe pelas 22h15. A noite estava fantástica, quente e iluminada por uma lua brilhante.

Fomos primeiro ao café da aldeia onde comemos alguma da nossa comida acompanhada por umas cervejas fresquinhas.

Preparámos, eu e o Vicente, o material e iniciámos o caminho para Drave.

O objectivo era dormir em Drave e de manhã bem cedo fazer a descida para o Rio Paivô e percorrer o leito do rio, regressando depois a Regoufe.

Chegámos a Drave cerca da 00h30 e escolhemos o local de acampamento.

Pouco tempo depois, dois escuteiros abordaram-nos e pediram-nos para não acampar naquele local, que pelos vistos era privado, e indicaram-nos outras hipóteses de acampamento.

Sem qualquer problema mudámos para junto do rio onde uma pequena cascata desagua num belo poço onde já em tempos tomei deliciosos banhos.

A noite decorreu com tranquilidade, sempre sob o ruído da água que caía na cascata.

Bem cedo, lá pelas 6h30 da manhã, acordámos e começámos a arrumar o acampamento e a preparar as mochilas para a segunda parte do percurso.

Saímos ainda bastante cedo de Drave e durante uns km's regressámos pelo mesmo caminho percorrido na noite anterior. Depois desviámos e fomos em busca da descida para o Pêgo. Encontrado o trilho, descemos pela encosta até à casa da saudosa Dª Maria Pinto e daí até ao rio.

Na travessia do mesmo o Vicente iniciou o banho forçado ao cair de cú na água.

Já no leito do rio, após a passagem de uma represa que forma uma cascata, esperámos pelo Rui Correia e o Sousa que se iriam juntar a nós em mais esta descida do rio Paivô.

Começámos a descida, sempre algo perigosa pela enorme possibilidade de quedas nas pedras molhadas e escorregadias, com todo o cuidado possível. Rapidamente verificámos que as mochilas que carregávamos não iam ajudar nada nesta parte do rio. Demasiado pesadas e grandes iam desequilibrar-nos e dificultar a caminhada neste tipo de terreno.

Não muito depois de iniciarmos a descida no leito só dei por mim dentro de água com todo o equipamento fotográfico e telemóvel, acabando por aí a reportagem "em directo" e a captação de imagens do passeio.

Continuámos a descida com escorregadela aqui e ali, com muitas passagens dentro de água, até chegarmos ao local onde aproveitámos para meter a roupa a secar, tirar a água das botas e tomar um banho numa das melhores poças de água do rio.

Comemos por lá qualquer coisa e seguimos a viagem.

Mais uns saltos nas pedras do rio, mais umas passagens por dentro de água, mais umas escorregadelas e chegámos ao ponto de saída do rio.

O calor fazia-se sentir! Como a saída é algo íngreme e ainda a umas horas da aldeia, decidimos tomar mais um banho refrescante antes da partida, aproveitar para retirar a água das botas e secar um pouco as meias ao Sol.

A saída do rio faz-se junto a um abrigo de pastores e efectua-se uma subida íngreme pela encosta.

O trilho começou então a ficar tapado com matos, dificultando a progressão e até mesmo a ser difícil de se perceber por onde seguia. Lá fomos andando até ao ponto onde há uns anos uma pequena mata nos permitia gozar alguma protecção ao calor. Aí o trilho pura e simplesmente desapareceu, com mato alto e muitas árvores caídas. Depois de alguns metros em estilo "Indiana Jones" a caminhar sobre troncos e por mato denso, percebemos que o melhor era recuar.

Estudei o terreno e decidi que a melhor solução era subir a encosta contornando por cima o antigo bosque.

E foi isso que fizemos, subimos a íngreme encosta entre algum tojo e muita pedra solta. A subida foi longa e desgastante, devido ao calor e à carga que, pelo menos eu e o Vicente, carregávamos.

Lá chegámos ao trilho que nos levou de volta a Regoufe e onde podemos verificar que também este está em vias de desaparecer sob os matos que já o ocupam.

A entrada na aldeia, onde existiam umas vinhas e alguns campos tratados é agora mato e tojo. O abandono é completo.
Na aldeia refrescámos as gargantas com mais umas cervejitas frescas e depois acabámos em Chão d'Ave com uma feijoada regada por um verde tinto fresquinho.

1 comentários:

Gostei imenso desta actividade. A ida nocturna para Drave soube bem, e a noite esteve fantástica.
A descida do Rio, que já fiz perto de uma dezena de vezes, continua a ser uma das minhas favoritas. Pena o trilho que utilizávamos como saída estar completamente inutilizado. Vou ter que arranjar alternativa, o que vou fazer em breve.
Mau mau foi a queda na água com o equipamento fotográfico. Ainda não apurei os danos, mas daqui a uns dias já vou saber...
O resto foi impecável...