A semana passada, junto de uns caminheiros com quem nos cruzámos no Trilho do Carteiro, vim a saber que era possível chegar ao Cando a partir de Rio de Frades. Faltava-me saber era como.
Conhecendo razoavelmente a serra, com uma breve consulta à Carta Militar calculei que seria necessário fazer a subida entre Rio de Frades pela "Rota do Ouro Negro" e antes da descida para as minas desviar subindo a íngreme encosta que forma as fragas da Pena Amarela.
Já em casa procurei algo na internet e acabei por confirmar a minha ideia. Agora faltava meter as botas a caminho e procurar o trilho.
Para não voltar a fazer o "Trilho do Carteiro" decidi ir até Fuste, fazer a maior parte do trilho da "Rota do Ouro Negro" até chegar ao ponto onde este trilho se junta com o caminho que pretendíamos explorar. Mas a intenção não era apenas essa, porque depois queria regressar a Fuste por outro caminho qualquer, tornando a caminhada num percurso circular, evitando assim voltar pelo mesmo percurso.
No Domingo juntaram-se a mim o Francisco e o Bruno. Partimos de Fuste em direcção ao Pedrógão subindo depois até ao velho trilho mineiro. Após a passagem por este magnífico trilho, agora a apresentar alguma vegetação a mais, subimos até à placa que indica a descida para Rio de Frades.
É neste ponto que desviamos à direita iniciando a subida da serra.
O percurso começa suave, mas pouco depois a inclinação aumenta de forma acentuada. Nota-se que o percurso foi em tempos um trilho bem marcado no terreno. Continua a ser bastante perceptível o percurso do trilho e o pouco mato que tem não dificulta a progressão. A paisagem é fantástica à medida que se sobem os mais de 400m de desnível de todo o percurso.
Na passagem mais estreita, perto da zona onde se pratica canyoning encontra-se um velho trilho lajeado que dá um toque brilhante a todo o percurso.
Antes de se ver o lugar do Cando a subida ainda continua por umas boas dezenas de metros.
Passada a povoação havia que improvisar para regressar a Fuste.
Seguimos em direcção ao Côto do Boi, subindo a encosta em frente ao Cando, procurando o melhor caminho por entre o mato, aproveitando as zonas rochosas. Sabíamos que percorrer o planalto não era tarefa fácil, devido ao mato alto e agressivo que no ano passado por lá apanhámos. Por isso decidimos subir a encosta, o mais que pudemos tendo como referência o Côto do Boi e a estrada que vai para Arouca.
Subimos e descemos a encosta chegando à estrada que percorremos por poucas centenas de metros, entrando depois junto à cascata do Côto do Boi. Neste ponto evitámos descer à linha de água acabando por descobrir um belo e antigo trilho também lajeado o qual percorremos descendo e acompanhando a linha de água. A descida acabou novamente na estrada que atravessámos para apanhar um trilho do outro lado.
Este trilho conduziu-nos ao "PR3 - Caminhos do Sol Nascente" o qual seguimos por dois quilómetros até Fuste.
Valeu bem a pena fazer este percurso que nos provou que afinal ainda há trilhos a descobrir nesta serra, trilhos esses com a beleza e a dureza de que tanto gostamos.
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