Serra da Arada - De Regoufe a Drave
29/04/2017
Por serras de Sanabria em Espanha
Aproveitando
o feriado do 25 de Abril eu o DJ e o
Luís Sousa partimos no sábado de manhã rumo a Vigo (de Zamora), um pouco a
Norte de Pueblo de Sanabria.
Chegados à localidade, almoçámos e partimos para fazer a primeira
caminhada denominada de "Cascadas de Sotillo".
Baseados na
experiência do DJ, que já conhecia a zona e os percursos, para além de estar apetrechado com os mapas, não foi difícil encontrar o início, em Sotillo de Sanabria.
O percurso tem cerca de
8 km com um desnível não muito elevado até um máximo de 1375m de altitude. O caminho é empedrado até às cascatas que dão origem ao nome do percurso. A cascata,
segundo o DJ, encontrava-se com pouca água o que, no entanto, não retirou a beleza ao local.
O regresso foi uma excelente surpresa devido à diversidade e à beleza da flora e dos
riachos e penedos por onde passávamos. Creio que é
considerado um dos percursos mais bonitos da zona e com razão.
Acabado o
percurso era hora de passar no supermercado para adquirir alguns mantimentos necessários, o que fizemos da povoação de El Puente. Por lá aproveitámos para beber uma caña (cerveja).
O jantar foi
no Bar La Terraza em San Martin, onde nos deliciámos com um chuletón de ternera
depois duma entrada de habones de sanabria, realmente espectaculares.
Decidimos
no domingo fazer a caminhada mais dura, "De Peces a
Peña Trevinca".
Bem cedo,
que as indicações eram de 10 horas de caminhada, partimos para a lagoa dos
Peixes, onde deixámos o carro. Iniciámos o percurso, com 25 kms de extensão (ida e volta) e com grau de
dificuldade muito elevado. Viríamos a perceber o porquê mais tarde.
Os primeiros
quilómetros são em subida ligeira tendo passado por algumas manadas de vacas que pastavam
sossegadamente.
Quando
começámos a descer, uns quilómetros depois, apareceu, do nosso lado esquerdo,
um lago muito bonito que recebe e contém as águas do Rio Tera, o qual se
estende por um vale glaciar lindíssimo, a fazer lembrar algumas cenas do filme
"O Senhor dos Anéis".
A paisagem é
realmente de estarrecer!
A descida
até ao vale ainda demorou algum tempo, o qual aproveitamos para ir apreciando
a beleza do lago e do próprio vale. Lá encontrámos uma nascente, com indicação de
água não tratada, que nos viria a ser muito útil na vinda.
Passámos por
um refúgio de montanha e seguimos pela parte mais baixa do vale, onde
atravessámos uma ponte de pedra e vários pequenos regatos que formam o Rio Tera.
No fim do
vale já se viam as montanhas, ainda com neve, e o pico mais elevado, Peña Trevinca com 2127 m de altitude.
A grande
dificuldade começou quando faltavam apenas 1800 m para o cume, onde passamos de
uma cota de 1650 m para os tais 2127m. A subida é
muito acentuada, o frio começa a apertar e o ar a rarear, o que torna penosa
esta parte do percurso.
Já sem a presença do guia DJ, optámos por subir pelo lado
esquerdo até ao cume, numa zona onde ficamos mesmo ao lado da enorme escarpa e
onde tivemos, por vezes, que escalar as pedras para vencer os desníveis.
Tendo o DJ
ficado um pouco para trás, eu e o Luís chegámos vitoriosos ao cume, onde as
fotos da conquista foram tiradas.
Apreciada a
paisagem a 360º, era altura de esperar ou procurar o DJ, cujo último contacto
visual tinha sido junto a um pedaço de gelo a meio da encosta, onde dois casais
jovens se lhe tinham juntado. Como estava
atrasado, resolvemos almoçar um pouco abaixo do cume, numa zona mais abrigada.
Depois de mais de meia hora de espera, sem sinais do DJ, começamos a ficar
preocupados e desatámos aos gritos chamando pelo seu nome, sem obter qualquer resposta.
Descemos
mais um pouco, cada vez mais preocupados e a pensar o que fazer. Tínhamos ainda várias horas de caminhada para regressar e sendo então 15 horas a
situação poderia ficar complicada.
Finalmente
vi um vulto a cerca de 200/300 metros, numa encosta acima de nós, que me pereceu
o nosso companheiro. Mais uns largos minutos de espera e lá apareceu o desejado DJ a quem abraçámos.
Tinha ido até ao cimo, chegando primeiro que os dois casais que o tinham
ultrapassado e a quem deu indicações de como lá chegar. Na volta, decidiu vir por
um sítio mais complicado, entre duas placas de neve, o que o fez demorar mais
tempo.
Juntos de
novo e agora inseparáveis, regressámos pelo vale, onde começámos a pagar o desgaste físico sofrido na íngreme
subida a Peña Trevinca. A velocidade de progressão era cada vez menor.
Chegámos
ao fim da caminhada, embora o DJ e o Luís tivessem que reabastecer na nascente de água não
tratada depois do abrigo de montanha.
Chegados a
casa, um bom banho e o tratamento de algumas mazelas, fizeram esquecer a dureza do percurso. Fomos jantar a outro restaurante
de San Martin, onde assistimos ao Real Madrid - Barcelona que passava na TV.
Para o dia
de 2ª feira, o DJ optou por se reservar de fazer qualquer actividade mas eu e
o Luís fomos fazer a última caminhada, de dificuldade média/alta, denominada
"Los Cañones del Cárdena y Segundera" com cerca de 12,5 Km, com partida
e chegada em Ribadelago, na ponta Oeste do Lago de Sanabria.
Esta
povoação sofreu uma catástrofe em 9 de Janeiro de 1959, quando uma ruptura na barragem de Vega de Tera inundou e arrasou a povoação ceifando a vida a 144 dos
seus habitantes.
Partindo
duma cota de cerca de 1000 metros fomos subindo a montanha pelo lado esquerdo
do Rio Cárdena até ao embalse do mesmo nome, seguido da passagem pela Lagoa
Roya e pelo embalse Guarandones. Chegámos a atingir uma cota de 1637 m com
vistas muitos bonitas sobre os lagos e arredores.
A descida,
mais curta em comprimento portanto mais inclinada, foi penosa devido à maior
parte do piso ser em pedra solta o que obrigou os joelhos a esforço redobrado e
os pés a ficarem massacrados.
No fim o DJ,
que tinha ficado a recuperar em casa, veio-nos buscar e levou-nos de volta para
um merecido descanso antes do jantar.
Para a
refeição da noite, demos uma volta por El Puente mas resolvemos ir até Puebla
de Sanabria onde optámos pela Posada de Sanabria, um restaurante junto ao Castelo,
onde não nos arrependemos do belo solomillo de corzo com boletus, uns cogumelos
típicos da zona.
No último
dia fizemos novamente uma visita a Puebla de Sanabria, agora com mais detalhe,
incluindo uma visita ao castelo/museu e aproveitámos para comprar uns produtos
típicos da terra, habones e boletus.
Ficámos com
grande curiosidade de fazer outros percursos na zona, nomeadamente o canhão do
Tera, actividade a programar para outro fim de semana comprido.
Francisco Soares
13/04/2017
Serra de Montemuro - Minas de Moimenta
No passado Domingo reunimo-nos em Arouca para mais uma actividade.
O grupo foi constituído pelo DJ, Zé Figueiredo, Francisco, Tiago e, pela primeira vez connosco, a Fernanda e o Coelho.
Tomado o café e o inevitável pastel de nata, partimos em direcção a Tulha Nova, início do percurso que resolvemos fazer, o "PR2 de Castro Daire".
O percurso está bem marcado e ainda bem vivo na nossa memória, uma vez que o realizámos em Novembro de 2015.
Passámos pela Capela de São Martinho, situada no cima do monte, e de seguida chegámos à ponte sobre o Rio Tenente e ao caminho empedrado que antecede as Minas de Moimenta.
Na entrada das Minas verificámos que o fio condutor ainda se mantinha por lá, pelo que, resolvemos entrar e explorar algumas galerias mineiras. Por vezes o fio encontra-se partido, mas procurando com atenção e com cuidado volta a surgir mais à frente. Esta parte do percurso é sempre entusiasmante, requer alguma agilidade e algum cuidado quando as galerias ficam mais baixas.
Não fosse ter ido de capacete e teria ferido a cabeça quando bati com ela num dos tectos baixos da galeria. Aconteceu isso da última vez.
O trajecto dentro das galerias ainda demora cerca de 20 minutos e, tal como esperávamos, na parte final da galeria, onde já não existe o fio condutor, encontrámos a luz que indica a saída das galerias.
Algumas galerias encontram-se cheias de água valendo umas pedras no solo para quase conseguirmos passar sem molhar os pés.
À saída das galerias retomámos o trilho para iniciar a penosa subida para a povoação de Sobrado. Durante a subida tem-se uma vista esplêndida sobre todo o vale e as várias aldeias vizinhas.
Até Moimenta a caminhada continuou sem problemas de maior a não ser o calor que começava a apertar. Na aldeia resolvemos fazer uma paragem estratégica no Café "O Emigrante" para uma merecida e refrescante cervejola.
Após descansarmos seguimos na direcção da povoação das Levadas, uma aldeia com casas em xisto, supostamente abandonada. Um cão serra da estrela recebeu-nos com ar agressivo, mas afinal apenas queria “meter conversa”.
O caminho seguiu depois pelas várias levadas que provavelmente deram nome à localidade e, sem dificuldade de maior, chegámos junto dos carros.
Partimos depois para Alvarenga para o merecido bife.
Francisco Soares